O Laço e o Abraço

Meu Deus! Como é engraçado!
Eu nunca tinha reparado como é curioso um laço... uma fita dando voltas.
Enrosca-se, mas não se embola, vira, revira, circula e pronto: está dado o laço.
É assim que é o abraço: coração com coração, tudo isso cercado de braço.
É assim que é o laço: um abraço no presente, no cabelo, no vestido, em qualquer coisa onde o faço.
E quando puxo uma ponta, o que é que acontece?
Vai escorregando... devagarzinho, desmancha, desfaz o abraço.
Solta o presente, o cabelo, fica solto no vestido.
E, na fita, que curioso, não faltou nem um pedaço.
Ah! Então, é assim o amor, a amizade.
Tudo que é sentimento. Como um pedaço de fita.
Enrosca, segura um pouquinho, mas pode se desfazer a qualquer hora,
deixando livre as duas bandas do laço. Por isso é que se diz: laço afetivo, laço de amizade.
E quando alguém briga, então se diz: romperam-se os laços.
E saem as duas partes, igual meus pedaços de fita, sem perder nenhum pedaço.
Então o amor e a amizade são isso...
Não prendem, não escravizam, não apertam, não sufocam.
Porque quando vira nó, já deixou de ser um laço.

Mário Quintana

Teatro nos Parques

" A relação com o espaço cênico e urbano propicia a reflexão em torno da ação teatral na cidade", diz Narcisio Telles, ator doutor em teatro e membro do Coletivo Teatro da Margem, a respeito do projeto Teatro nos Parques. Com realização da Cooperativa Paulista de Teatro, apoio da Oi Futuro e parceria da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, a segunda edição do Teatro nos Parques ocorre de 04/09 a 28/11, aos sábados e domingos nos parques públicos de São Paulo.

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A abertura aconteceu nesse sábado (04/09), às 11h, no Parque Ibirapuera. Com apresentação do Coral Tenonde Porá dos Índios Guaranis de  Parelheiros – S.Paulo/SP,  e logo em seguida o grupo LaMínima fez o espetáculo Reprise no espaço ao lado da Marquise. As apresentações agora seguem até o final de novembro. Para conferir o cronograma completo é só acessar o site.   A abertura do ano passado foi conferida a Cia. Pia Fraus no dia (05/09/2009), também no Parque Ibirapuera. Veja o vídeo. Edson Caeiro, ator, produtor cultural e idealizador do projeto conta como surgiu a ideia do Teatro nos Parques: "Surgiu observando o parque, onde acontecem atividades esportivas, mas não há nada cultural. Como eu já estava ligado a movimentos de teatro de rua e sempre gostei de teatro em lugares abertos, vi que era preciso." A iniciativa tem o objetivo de levar a cultura a todos, sem restrição de idade, classe social, nem de local de moradia.
Ao abranger não só áreas centrais da cidade, diferente de outros projetos, o Teatro nos Parques  forma espectadores para o teatro, uma vez que  os parques são freqüentados por uma grande parte da população,  que poderá usufruir do bem cultural em agradáveis espaços públicos e gratuitamente. Com isso, espera-se que os cidadãos paulistanos e seus visitantes passem a se interessar pelas atividades culturais. Os locais vão dos Parque Santa Amélia, que é no extremo da Zona Leste, no Itaim Paulista, ao Shangrilá, lá no Grajaú extremo da zona sul”.
Nesta segunda edição, o Teatro nos Parques cresceu: “Aumentamos de 2 para 3 meses de temporada, de 16 para 24 grupos e de 64 para 96 apresentações”. Caeiro afirma que o projeto deve entrar no calendário cultural da cidade: “Temos apoio da classe artística, dos grupos de teatro, da Secretaria do Verde e do Meio Ambiente, uma boa repercussão na imprensa, temos um patrocinador que é a Oi Futuro. A perspectiva é aumentar o acesso das pessoas aos espetáculos e aumentar o número de artistas participantes”.

A Ciranda do Villa, Cia. Lúdicos de Teatro Popular

Para quem se interessar pode ver no site o Jornal da Edição de 2009 e diversos depoimentos de artistas que partiparam das apresentações. "O Teatro nos Parques é uma conquista para quem se dedica ao Teatro de Rua na cidade de São Paulo. Consolidá-lo, como um programa, será uma vitória para artistas e público", declara Alexandre Roit, Cia Circo Mínimo.

Terra Papagalli, Trupe Olho da Rua

Superar preconceitos e ampliar a compreensão de seu papel na sociedade, não formar indivíduos consumidores mas sujeitos que refletem sobre questões públicas no espaço aberto dos parques. Formar indivíduos cidadãos, com sentimento de pertencimento a sociedade e a cultura. Tudo isso proporcionado pelo projeto de Edson Caeiro.
O público também deve saber que o Teatro nos Parques não é a única opção de teatro e cultura gratuitos. Ao longo do ano inteiro outros locais em São Paulo também proporcionam encontro de artistas e espectadores com entrada franca ou preço simbólico. O Centro Cultural, Casas de Cultura, Museus, Bibliotecas, Galeria Olido e muitos outros licais que podem ser conferidos com maiores detalhes no site da Secretaria da Cultura .
A comunidade artística, principalmente atores e grupos de teatro de rua, o público da edição de 2009, e a Secretaria da Cultura, torcem para que Teatro nos Parques se torne um evento tão grande e com tanta repercurssão quanto a Virada Cultural.

1º Fórum de Teatro Jovem

MUITO LEGAL A INICIATIVA!


Aconteceu nos dias 17 e 18 de setembro o 1º Fórum de Teatro Jovem da cidade de São Paulo. Realizado pelo Instituto Pombas Urbanas, no Centro  Cultural Arte em Construção, em Tiradentes, Zona Leste de São Paulo, o fórum visa  reafirmar a importância do Teatro Comunitário e expôr a necessidade de apoios que deem subsídios à essa produção.

Fórum de Teatro Jovem

A ideia de se constituir um fórum para pra debater qual o papel do Estado para o desenvolvimento do jovem e do teatro nas comunidades foi da Secretaria da Cultura e do próprio Instituto.  Assim, o espaço de discussão passou a fazer parte, pela primeira vez e nesse ano, da programação do Encontro Comunitário de Teatro Jovem, já na sua 3ª edição.
O evento contou com diversos convidados: Maria do Rosário Ramalho (Secretaria Municipal de Cultura); Débora Marçal (Capulanas Cia de Arte Negra); Natália Siufi e Maria Gabriela D’Ambrozio (Grupo Teatral Parlendas). Sobre os caminhos para consolidação dos projetos de grupos jovens de teatro, marcaram presença: a pesquisadora brasileira Márcia Pompeo Nogueira; o diretor da Corporación Cultural Nuestra Gente e co-fundador da Rede Colombiana de Teatro em Comunidade, Jorge Blandón; o coordenador de cultura da Fundação Tide Setubal, Tião Soares; e a paraibana Mirthya Guimarães, arte-educadora do Centro Cultural Piollin. Maria Benites (Secretaria de Cidadania Cultural do Ministério da Cultura), Leandro Hoehne (Grupo DoBalaio) e Expedito Araújo (Gestor Cultural, Cientista Social e ator) discutiram como o teatro em comunidade dialoga com movimentos sociais e culturais.
O Teatro Jovem vem ganhando mais espaço e é cada vez mais interessante que se debatam e se promovam iniciativas artísticas para a comunidade, como incentivo à cultura e à educação. É igualmente importante, estudar como e por quê o Estado e o teatro podem desenvolver o jovem, transformá-lo e levar as pessoas a questionarem-se sobre as diversas coisas que ocorrem.

Dincontros

Depois de algum tempo com vontade de registrar minha emoções, minha vivências, minhas experiências, meus contatos, resolvo fazer um blog.
Confesso que não sou muito adepta a essas tecnologias modernas, como Twitter, e-mail, etc. Prefiro contato pessoal, troca de experiências olho no olho - no máximo via telefone. É muito mais enriquecedor quando estamos em contato com aquilo ou com aquele de que ou para quem estamos falando. Conseguimos sentir sua respiração, ver seus gestos, reparar em suas reações, nos adaptar as suas reações de modo a tornar a conversa ou o assuntoo interessantes. Conseguimos aprender mais, observar mais, registrar mais. Nos expressar mais, nos comunicar mais, nos fazer entender melhor. Coisas muito imediatas não nos permitem tudo isso, com certeza não.
Porém, venho aprendendo que essas mesmas coisas imediatas tem suas vantagens e nos fazem aprender e aprimorar muitas coisas também. De um modo bem diferente, mas também conseguimos compartilhar emoções, vivências, etc. E é esse meu objetivo aqui.
Não quero aqui postar coisas a respeito de um só assunto. Por vezes poderá servir como diário, por outras como pesquisa. Por vezes poderá servir como divulgação profissional, por outras como simples compartilhamentos dos meus gostos. Por vezes como trocas de experiências, por outras como refúgio. Por vezes parecerá meio confuso...assim como eu. Mas sempre como encontro - comigo, com algo maior, com o mundo, com as pessoas, com os meus gostos.
Não sei se um dia conseguirei, mas quero me encontrar, e encontrar o todo. Quero poder ligar tudo o que vejo e tudo o que aprendo. Todas as felicidades e todas as tristezas. Todas as injustiças e todas as coisas boas. Tidas as indagações e algumas das certezas.



E aqui começo meus encontros...